Cerca de 85% dos problemas de saúde podem ser resolvidos sem a necessidade de ir a um serviço de emergência ou pronto-socorro. O dado, do Ministério da Saúde, aponta que as unidades básicas de saúde, ou centros de saúde, como ainda são chamadas, são capazes de dar solução à maioria casos.
Mas, na prática, a população ainda procura, primeiro, a emergência hospitalar. Não há dados oficiais do Distrito Federal que atestem essa realidade. Porém, várias pesquisas nacionais mostram que cerca de 80% dos pacientes que buscam um pronto-socorro são classificados como verde e azul – aqueles sem gravidade.
“Não há como elencar quais queixas devem levar o paciente direto para a emergência, mas a recomendação é que sempre procure uma Atenção Primária, onde profissionais dirão se o problema será resolvido ali ou não”, adverte o coordenador de Atenção Primária da Secretaria de Saude do DF, Elissandro Noronha. De acordo com o gestor, ir direto a um pronto-socorro pode deixar o paciente esperando um tempo desnecessário, uma vez que casos mais graves sempre terão prioridade no atendimento.
“Queixas como dores de cabeça, dor de garganta, febre de até três dias e quadro inicial de dengue são alguns dos exemplos que são atendidos na UBS; e, mesmo que a pessoa não seja atendida no dia em que procurar o serviço, poderá esperar até o dia seguinte para ser atendida”, assegura Elissandro. Ele diz, ainda, que esperar atendimento em uma emergência por muito tempo pode agravar um problema, que seria simples, apenas por estar em ambiente com pessoas com quadros mais graves.
Febre e tosse
Pensando nisso, Francisco Ednaldo de Almeida levou a filha Ana Júlia, de 7 anos, à UBS 2 da Asa Norte no dia seguinte a um episódio de febre e muita tosse. “Medicamos à noite e vim direto aqui, que é minha unidade de referência, sem marcar mesmo”, conta ele. Uma hora depois de chegar ao local, a menina foi atendida.
“O pai até quis levar ela para a emergência, de madrugada, mas falei para ele que não ia adiantar, que era melhor esperar o dia amanhecer e vir ao posto”, entrega a mãe da menina, Antônia de Maria Santos Pereira.
Atendimento
As unidades básicas de saúde funcionam com 50% das vagas para consultas agendadas e a outra metade é destinada às demandas espontâneas.
Por lá também é feita uma classificação de risco um pouco diferente daquela realizada nos hospitais. Na unidade, o paciente é atendido imediatamente ou com consulta agendada para dia e horário que não comprometa a saúde. A prioridade de atendimento é para gestantes, crianças com idade inferior a seis meses e idosos.
Os principais serviços oferecidos são consultas médicas, inalações, injeções, curativos, vacinas, coleta de exames laboratoriais, tratamento odontológico, encaminhamentos para especialidades e fornecimento de medicação básica. Quando necessário um atendimento especializado, o paciente é encaminhado para Atenção Secundária, onde estão os ambulatórios das especialidades.
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